Surpreendendo a indústria com um comunicado que chegou às dez da noite, na última segunda-feira, 22 de novembro, a Activision Blizzard anunciou a criação de um comitê especial, cujo foco será a implementação de novas políticas na empresa, com vistas a ajustar o ambiente interno e evitar que novos casos polêmicos (como aqueles que motivaram a ação judicial de julho) tornem a acontecer… vamos aos detalhes?
De acordo com o comunicado liberado “no meio da noite”, a Activision Blizzard agora terá um “Workplace Responsability Committee” (nome que pode ser traduzido livremente como Comitê de Responsabilidade no Ambiente de Trabalho). Em linhas gerais, a ideia básica é a seguinte: o comitê irá supervisionar o progresso que a empresa tem feito, em relação à implementação de novas políticas focadas no combate aos casos de assédio, abusos e discriminação no ambiente de trabalho. Além disso, parece que os membros (que serão duas funcionárias mulheres) desse setor terão que gerar relatórios independentes e transparentes para o conselho da empresa, mantendo um elo entre os gestores e os colaboradores.
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Analisando o comunicado, percebe-se que a decisão foi motivada pela recente reportagem publicada no Wall Street Journal, que indicou que o CEO Bob Kotick sabia dos polêmicos casos que motivaram as ações judiciais e até contribuiu para agravar alguns deles. Assim que esse caso veio à tona, tanto funcionários como alguns acionistas pediram a demissão do executivo e uma intervenção externa, no que diz respeito à implementação das novas políticas. Por isso, de certo modo, o novo comitê acabou atendendo a parte dos desejos desses grupos, apesar de o senhor Kotick permanecer no comando da organização. Enfim, a “tragédia da Activision Blizzard” ganhou mais um capítulo e só o que nos resta é ver se esse comitê vai acabar com a toxicidade no ambiente da empresa.
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Agora, sim, uma medida minimamente útil por parte da Blizzard. A impressão que deu é que é quase um compliance, mas voltado para relações interpessoais no trabalho. Pode ser uma boa, principalmente se for uma equipe externa contratada (que espero que aconteça) só para fazer a implementação de medidas e fiscalização. Até mesmo porque deixar na mão só de duas funcionárias é pouco para uma empresa com 4700 funcionários.