Ex-produtor da BioWare analisa diferenças nas estratégias de desenvolvimento de jogos como Concord e Deadlock

O recente fracasso de Concord, hero shooter de alto orçamento da Sony, encerrado apenas duas semanas após seu lançamento, continua alimentando debates na internet, com muitos especialistas tentando entender o que realmente ocorreu. Em um vídeo no YouTube, Mark Darrah, ex-produtor da BioWare e ex-integrante da equipe de desenvolvimento de Anthem, compartilhou sua perspectiva sobre o atual cenário dos jogos como serviço.

Segundo Mark Darrah, grandes corporações tendem a abandonar rapidamente projetos que não alcançam expectativas financeiras elevadas. Ele explica que estúdios menores, sem o suporte de grandes empresas, são obrigados a adotar uma postura de “tudo ou nada”, investindo constantemente no aprimoramento de seus jogos. No entanto, Darrah destaca que essa abordagem também pode ser vista em grandes empresas, como nos casos de Final Fantasy XIV e Fallout 76, que passaram por reformulações após lançamentos problemáticos. Ainda assim, em grandes organizações como a Sony, a competição interna por recursos frequentemente resulta no abandono precoce de jogos que não geram retornos significativos.

Concord foi um exemplo extremo desse fenômeno, lançado em um mercado saturado sem conseguir atrair jogadores ou se diferenciar de concorrentes já consolidados. O jogo, que prometia ser um marco no gênero de shooters, não apresentou inovações ou elementos únicos, levando ao seu encerramento relâmpago. Em contraste, Darrah aponta o sucesso de Deadlock, novo MOBA da Valve, como um exemplo de como jogos como serviço podem prosperar com uma abordagem mais lenta e gradual. Lançado em fases de teste fechado, Deadlock tem construído sua comunidade de forma orgânica, utilizando o feedback dos jogadores para aprimorar suas mecânicas e garantir um crescimento constante.